Estudantes de dez áreas protegidas participam de formação presencial sobre comunicação

25 estudantes de dez unidades de conservação e terras indígenas do Estado do Amazonas participaram do encontro presencial do curso de técnicas de comunicação e uso do Portal PROTEJA.

Karina Custódio*

Entre os dias 26 a 29 de maio, 25 estudantes de dez unidades de conservação e terras indígenas do Estado do Amazonas participaram do encontro presencial do curso de técnicas de comunicação e uso do Portal PROTEJA. A ação faz parte da segunda edição do PROTEJA Educa, iniciada com aulas online em abril.Durante o evento, os jovens indígenas e extrativistas discutiram sobre fotografia, edição de vídeo, ameaças ambientais e climáticas e aprenderam a acessar e inserir conteúdos na biblioteca PROTEJA.

Ao final do curso os estudantes produzirão um trabalho final sobre as ameaças ambientais que afetam cada um de seus territórios, a formação visa colaborar com a proteção territorial e combate a crimes ambientais, como invasões dos territórios, atividades de mineração, entre outros. Pertencente ao povo Tikuna, Sâmia Gonzaga e seu grupo escolheram falar sobre a resistência de comunidades indígenas frente à seca. Ela detalha os conhecimentos adquiridos durante o curso presencial. “Eu estou aprendendo muito a desenvolver fotografia, imagem e a como comunicar com outras etnias, afirma.”

Carolina Guyot, analista de pesquisa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora executiva do PROTEJA, conta como o Portal PROTEJA pode contribuir para a proteção de territórios tradicionais. “Apoiamos a conservação das áreas protegidas de diversas formas estratégicas e integradas. Através da biblioteca digital colaborativa, disseminamos informações de alta qualidade produzidas tanto por povos indígenas, extrativistas e por comunidades tradicionais, como por técnicos e cientistas de diversos setores”.

Guyot pontua ainda que o próprio PROTEJA Educa é uma forma de empoderar as comunidades como guardiãs de seu território.

Fotografias e vídeos

Na parte prática da formação, os estudantes tiveram contato com as principais características das redes sociais e aprenderam a captar vídeos e imagens e editá-los por meio de aplicativos de celular.
Pertencente à RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) Rio Madeira, Sabrina Mar relatou como foi a experiência. “Eu aprendi a fazer reels numa aula muito boa, a gente pôde gravar e aprendemos ainda a forma de editar fotos e vídeos, que é uma das coisas que eu já sei um pouco, mas é bom que a gente aprendeu além do que já sabemos”, contou.

Formação ambiental

Além de apresentar conceitos e práticas relacionadas à comunicação, a formação introduziu temas ambientais, como a crise climática, o fogo, e as soluções para ameaças ambientais como o PSA (Pagamentos por Serviços Ambientais) e o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).
Coordenadora do curso e membro da ESCAS-IPÊ (Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade do IPÊ), Beatriz Cardoso descreve como esse processo aconteceu. “O curso surge a partir da demanda do território, algo que o PROTEJA identificou e resolveu usar a formação para trabalhar as ameaças ambientais. E nós trouxemos isso na formação, mas os estudantes também trouxeram suas experiências com questões como a seca, o garimpo e as mudanças climáticas”, afirmou.

Esta ação é realizada no âmbito do projeto Conservando Juntos, cujo objetivo é fortalecer as capacidades dos atores da sociedade civil para liderar os esforços de conservação da biodiversidade e prevenção de crimes ambientais na Amazônia.
Essa matéria é possível graças ao generoso apoio dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Os conteúdos são de responsabilidade do IPAM e não refletem necessariamente as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos.